Girassóis: Gênero e Saúde Mental: “Cuidado” foi o tema da última oficina realizada pelo Girassóis

Girassóis encerrou nesta semana a sequência de oficinas voltadas às Mulheres da Paz, em Canoas. Ao longo do mês de novembro, mais de 75 mulheres participaram das atividades propostas sob os temas “Saúde Integral”, Saúde Mental” e “Cuidado”. O evento final ocorreu no Centro de Referência da Mulher - Patrícia Esber, das 14 às 17hs, no dia 19. Participou como palestrante da oficina a cientista social, Leina Peres e a acadêmica em psicologia Carolina Mombach, que atuou como facilitadora das atividades.

Neste último encontro, o tema foi trabalhado com cerca de 17 mulheres. Após apresentação do assunto pela ministrante, cada mulher escolheu uma palavra que tivesse relação com o assunto. Logo, algumas ideias de cuidado foram expostas ao grupo, entre elas: cuidado da família e o cuidado com o próprio corpo. Para provocar um olhar sobre o assunto, algumas perguntas foram lançadas: quem cuida de nós, mulheres? De quem cuidamos? A sociedade cuida da gente? Os serviços públicos cuidam? De que forma? Nós somos mais cuidadas e cuidamos mais?

Dinâmica

Feito isso, foi distribuído uma folha com o desenho de uma mandala para que as participantes preenchessem os espaços com grãos. Cada um deles representava um cuidado. Feijão: cuidado com a família, Girassol: Cuidado de si, Arroz: cuidado com a comunidade, Pipoca: o Estado cuidando de mim, entre outros.

Para a agente comunitária, Viviane Senna da Silva todas as oficinas foram fundamentais para ampliar o reconhecimento sobre temas como desigualdade de gênero, saúde integral e saúde mental. Para ela, que atua direto na comunidade, esses saberes ajudam na medida em que ela também pode disseminá-los junto as pessoas do seu círculo de influência. “Existem questões que são bem específicas do universo feminino e a gente não se dá conta. Nunca tinha parado para pensar o quanto me envolvo com os outros e o pouco que a sociedade e família se envolvem comigo”, analisa.

Vanda Vianna, também agente comunitária, saiu muito satisfeita do evento. De acordo com ela, cada oficina acrescentou muito na vida, pois ela pôde repensar seu papel na família e na sociedade e isso a encorajou para efetuar mudanças. Uma delas é que ela vai participar do próximo curso de Capacitação, em dezembro. As expectativas são grandes. “Eu espero aprender muito neste curso porque eu adorei participar de cada oficina. A minha intenção com relação ao conhecimento que vou adquirir lá é que depois do curso vou poder ajudar as mulheres da minha comunidade”, revela.

Para Leina Peres e Carolina Mombach o objetivo de todas as oficinas realizadas era sensibilizar cada mulher sobre os temas apresentados. De acordo com ambas “Todos conteúdos discutidos tinham como meta final mobilizar as mulheres para que elas pudessem perceber que as desigualdades de gênero podem ser causadoras de agravo à saúde mental. Foi importante também mostrar que determinadas questões com relação a esta desigualdade já estão naturalizadas e por isso temos dificuldades de pensar sobre isso”, contam.